Mato Grosso registra 1.797 processos por falhas médicas em 2024, aponta CNJ
Entre janeiro e setembro deste ano, Mato Grosso registrou 1.797 processos judiciais por falhas médicas, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgados pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) na última segunda-feira, 27 de outubro. Os casos envolvem erros de identificação de pacientes, dosagem de medicamentos, equívocos cirúrgicos e falhas de comunicação.
A doutora em direitos humanos e membro da SOBRASP, Aline Albuquerque, destacou que “é essencial compreender o contexto antes de atribuir culpa ao profissional”, já que a sobrecarga de trabalho e a falta de padronização nos processos hospitalares são fatores que contribuem para as ocorrências.
Em todo o país, foram 72.247 novos processos relacionados a danos materiais e morais na área da saúde. São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro lideram o ranking, enquanto Mato Grosso aparece na 13ª posição, com 2,49% do total nacional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 em cada 10 pacientes no mundo sofra algum tipo de dano decorrente de falhas no atendimento, resultando em cerca de 3 milhões de mortes anuais. O órgão defende o fortalecimento dos direitos do paciente, incluindo acesso ao prontuário, consentimento informado e participação nas decisões sobre o tratamento.
O Plano Global de Ação para a Segurança do Paciente 2021–2030, da OMS, propõe metas como alcançar o “zero dano evitável”, capacitar profissionais e envolver pacientes e familiares no cuidado. No Brasil, especialistas apontam que o baixo nível de letramento em saúde e o uso de linguagem técnica dificultam o entendimento e o exercício dos direitos dos pacientes.
Fonte: Por Fernanda Deamo, g1 MT.


