Morre Cid Moreira, ícone da televisão brasileira, aos 97 anos

Morreu nesta quinta-feira, 03 de outubro, o jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira, um dos rostos mais icônicos da televisão brasileira, aos 97 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, desde o dia 4 de setembro, quando deu entrada com insuficiência renal crônica. Antes disso, Cid vinha tratando uma pneumonia em casa. O quadro de saúde piorou e ele faleceu de falência múltipla dos órgãos.
Conforme o Memória Globo, Cid Moreira apresentou o “Jornal Nacional” cerca de 8 mil vezes, um feito que o consolidou como uma das figuras mais importantes da mídia brasileira.
Cid Moreira nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 29 de setembro de 1927, e completou 97 anos no último domingo. Sua trajetória profissional começou no rádio, em 1944, quando um amigo o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, Cid trabalhou em diversas emissoras, incluindo a Rádio Bandeirantes e a Propago Publicidade, onde narrou comerciais.
Em 1951, ele se mudou para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde teve suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, na TV Rio.
A estreia de Cid como locutor de noticiários ocorreu em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, marcando o início de sua carreira no jornalismo televisivo. Ele trabalhou em várias emissoras, incluindo Tupi, Globo, Excelsior e Continental, solidificando sua presença na televisão.
Em 1969, Cid Moreira retornou à Globo para substituir Luís Jatobá no “Jornal da Globo”, que ia ao ar às 19h45. No mesmo ano, ele foi escalado para a equipe do recém-lançado “Jornal Nacional”, o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. A estreia aconteceu em setembro de 1969, e Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes. Em uma entrevista, ele revelou o nervosismo da estreia, lembrando que “no dia seguinte, vi na capa do jornal O Globo: ‘Jornal Nacional…’ Aí comecei a perceber a dimensão”.
Cid formou uma parceria de longa data com Sérgio Chapelin, sendo a face do JN por 26 anos. Sua voz tornou-se sinônimo de credibilidade, e seu “boa-noite” diário marcou a televisão brasileira. Em 1996, uma reformulação do programa trouxe novos apresentadores, como William Bonner e Lillian Witte Fibe, enquanto Cid se dedicou à leitura de editoriais.
Além de seu trabalho no “Jornal Nacional”, Cid Moreira também participou do “Fantástico” desde sua estreia em 1973, revezando com outros apresentadores. Em 1999, ele narrou o famoso quadro de Mr. M, que se tornou um grande sucesso do programa.
A partir da década de 1990, Cid começou a se dedicar à gravação de salmos bíblicos e, em 2011, realizou o projeto de gravar a Bíblia na íntegra, que se tornou um sucesso de vendas. Em 2010, foi lançada a biografia “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira. Durante a Copa do Mundo daquele ano, ele gravou a vinheta “Jabulaaani!” para a cobertura do “Fantástico” e programas esportivos da Globo, acrescentando um capítulo à sua ilustre carreira.
Cid Moreira deixa um legado inestimável na comunicação brasileira, sendo lembrado não apenas pela sua voz marcante, mas também pela sua dedicação e paixão pelo jornalismo. Sua contribuição à televisão e ao rádio permanecerá viva na memória dos brasileiros.