Justiça: MP inclui casal de agricultores como réus no caso do assassinato do advogado Renato Gomes Nery

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio do Núcleo de Defesa da Vida da Comarca de Cuiabá, apresentou na última sexta-feira, 18 de julho, um aditamento à denúncia do caso que investiga o assassinato do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos, morto a tiros em 5 de julho de 2024, em frente ao próprio escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá.
O aditamento tem como objetivo incluir o casal de agricultores Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi como mandantes do homicídio qualificado, além de retificar trechos da denúncia original para maior precisão na exposição dos fatos.
Segundo o MP, novas investigações revelaram elementos robustos que comprovam o envolvimento direto do casal no crime. Julinere teria atuado como autora intelectual e coordenadora do assassinato, motivada por ressentimento devido à derrota judicial em disputa fundiária no município de Novo São Joaquim. O companheiro, Cesar, também é acusado como autor intelectual e responsável pela coordenação financeira do crime.
O casal deverá responder por homicídio qualificado (motivo torpe, uso de meio que causou perigo comum, recurso que dificultou a defesa da vítima), agravante por a vítima ser idosa e associação criminosa.
As investigações apontam que o crime foi cometido por uma organização criminosa estruturada em núcleos, com divisão de funções:
- Comando: Julinere Bentos e Cesar Sechi (mandantes).
- Intermediação: Jackson Pereira Barbosa, Ícaro Nathan Santos Ferreira (PM) e Heron Teixeira Pena Vieira.
- Execução: Heron Teixeira e Alex Roberto de Queiroz Silva.
- Obstrução: responsáveis por esconder provas e forjar o contexto da arma do crime.
A denúncia detalha o planejamento meticuloso da ação, que envolveu monitoramento da vítima, fornecimento de recursos, execução do homicídio e ocultação de provas.
O pedido de aditamento foi assinado pelos promotores de Justiça Rinaldo Segundo, Vinicius Gahyva Martins e pela promotora Élide Manzini de Campos. Também foi promovida a retificação do trecho referente à atuação do policial militar Ícaro Nathan, agora descrito com maior clareza como responsável pelo fornecimento da arma e repasse do pagamento.
Fonte: por JULIA MUNHOZ/MPMT.