Desmatamento na Amazônia triplica em março e faz trimestre fechar como o 2º pior desde 2008

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Desmatamento na Amazônia triplica em março e faz trimestre fechar como o 2º pior desde 2008
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Derrubada da floresta nos três primeiros meses deste ano equivale a quase mil campos de futebol por dia e só não foi pior do que em 2021

Fonte: Imazon

A devastação da floresta amazônica triplicou em março e fez o primeiro trimestre de 2023 fechar com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos. Segundo o monitoramento por imagens de satélite do Imazon, implantado em 2008, foram derrubados 867 km² nos três primeiros meses deste ano. Área que equivale a perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa. Essa destruição só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram postos abaixo 1.185 km² de floresta de janeiro a março.

 

Cenário que mostra o quanto é preciso adotar com urgência ações de proteção aos territórios mais pressionados. Em março, oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento, com exceção do Amapá. Com isso, 42% do desmatamento previsto pela plataforma PrevisIA para o período de agosto de 2022 a junho de 2023, de 11.805 km², já ocorreu.

“Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março. Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, alerta o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.

Fonte: Imazon

Devastação aumenta 51% em Mato Grosso

Depois de liderar por dois meses seguidos como o estado que mais desmatou na Amazônia, Mato Grosso caiu em março para a terceira colocação. Porém, ainda não há motivos para comemorar: a derrubada da floresta cresceu 51% em solo mato-grossense. A devastação passou de 57 km² em março de 2022 para 86 km² em março de 2023, representando 25% de todo o desmatamento na Amazônia.

No estado, a devastação vem avançando pela metade norte. Em março, os municípios de Mato Grosso campeões de desmatamento foram União do Sul (9 km²), Feliz Natal (9 km²) e Aripuanã (8 km²). Além disso, o estado teve a terra indígena com a maior área desmatada da Amazônia: a Piripkura. O território perdeu em março uma área de floresta equivalente a 100 campos de futebol.

 

O que é o SAD?
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) é uma ferramenta de monitoramento da Amazônia Legal baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon em 2008, para reportar mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.

Como o sistema diferencia degradação e desmatamento?
O sistema detecta a degradação florestal quando ocorrem danos nas áreas por ação da exploração madeireira ou do fogo. Já o desmatamento é identificado quando ocorre o corte raso da floresta, geralmente associado à conversão da área para pecuária, agricultura ou garimpo.

Quais satélites são usados?
O SAD utiliza atualmente os satélites Landsat 7 e 8, da NASA, e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B, da Agência Espacial Européia (ESA). Ambos são de domínio público, ou seja: seus dados podem ser usados por qualquer pessoa ou instituição.

As nuvens podem prejudicar as detecções?
Sim, pois as nuvens podem ficar sobrepostas às áreas degradadas ou desmatadas. Por isso, para aumentar a capacidade de detecção dos danos florestais mesmo quando há muitas nuvens, o SAD também utiliza imagens de radar dos satélites Sentinel 1.

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Qual o menor tamanho das áreas detectadas?
O SAD detecta degradações florestais ou desmatamentos que ocorreram em áreas a partir de 1 hectare, o que equivale a aproximadamente 1 campo de futebol.

Qual o período de coleta das imagens?
O SAD leva em conta detecções de degradação florestal e desmatamento que ocorreram entre o primeiro e o último dia do mês.

Como é feito o processamento das imagens?
O processamento das imagens é automático, seguido de validação dos resultados por analistas para eliminar eventuais ruídos.

Qual o período de processamento das imagens?
Combinando os satélites utilizados pelo SAD, é possível voltar a enxergar a mesma área a cada 5 a 8 dias. Por isso, para que as detecções sejam as mais atualizadas possíveis, o SAD prioriza o processamento de imagens adquiridas na última semana de cada mês. Isso permite que, caso uma área tenha sido degradada no início do mês e, depois, desmatada no final do mês, ela seja identificada como desmatamento no dado final.

Qual o período de atualização das imagens de degradação detectadas em meses anteriores?
As áreas identificadas com degradação florestal são monitoradas nos meses subsequentes e só deixam de ser observadas pelo sistema se forem convertidas em desmatamento. Esse monitoramento contínuo evita que áreas degradadas em um mês e desmatadas posteriormente deixem de ser contabilizadas nos dados mensais de desmatamento.

O SAD monitora a degradação florestal ou o desmatamento em florestas secundárias?
Não, o SAD detecta e reporta a degradação florestal e o desmatamento apenas nas florestas primárias.

O SAD analisa a legalidade da degradação florestal e do desmatamento?
Não, o SAD apenas detecta as áreas degradadas e desmatadas, sem fazer a análise da legalidade.

Por: Imazon

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