Alerta aos Olhos: Dia Nacional do Combate ao Glaucoma destaca a importância do diagnóstico precoce para evitar a cegueira

No dia Nacional do Combate ao Glaucoma, é essencial ressaltar a gravidade dessa doença ocular e a importância do diagnóstico precoce para evitar a cegueira. O glaucoma é uma condição grave que ocorre devido ao aumento da pressão intraocular, resultando na destruição das células ganglionares do nervo óptico, responsáveis pela transmissão das imagens da retina para o cérebro.
A pressão ocular, também conhecida como pressão intraocular, deve ser mantida dentro de limites adequados, geralmente em torno de 15 mm Hg (pressão normal do olho), podendo variar entre 10 e 22 mm Hg. Essa pressão é crucial para o correto funcionamento do olho. Diversos fatores contribuem para a regulação da pressão intraocular, incluindo a produção de humor aquoso.
O humor aquoso é um líquido transparente composto por água e sais dissolvidos. Sua função é nutrir a córnea e o cristalino, além de regular a pressão interna do olho. Esse líquido está presente nas câmaras anterior e posterior do globo ocular.
A câmara anterior está localizada entre a córnea e a íris, enquanto a câmara posterior está entre a íris e o cristalino. O humor aquoso é produzido constantemente pelo corpo ciliar e drenado pela malha trabecular, mantendo a pressão ocular normal. No entanto, se a drenagem do humor aquoso não ocorrer na mesma proporção da produção, a pressão ocular aumenta, resultando no glaucoma e causando danos irreversíveis ao nervo óptico.
O nervo óptico pode ser comparado a um cabo elétrico composto por inúmeros fios chamados axônios. Em pacientes com glaucoma, essas fibras se tornam atrofiadas, tornando impossível a transmissão das imagens para o cérebro. Consequentemente, ocorrem escotomas (manchas escuras) no campo visual, e a doença progride gradualmente, resultando em perda progressiva da visão.
É importante ressaltar que o glaucoma é frequentemente assintomático nas fases iniciais e pode levar à cegueira ou perda severa da visão se não for diagnosticado e tratado adequadamente em tempo hábil.
As causas do glaucoma podem variar, incluindo obstrução do trabéculo ou aumento da produção de humor aquoso. A obstrução do trabéculo pode ser congênita, devido à persistência da membrana de Barkan, ou adquirida, devido ao depósito de pigmentos ou ao fechamento do ângulo iridocorneano. O aumento da produção de humor aquoso geralmente está associado a inflamações do corpo ciliar.
O glaucoma ocular também pode estar relacionado a outras doenças, sendo a diabetes uma das principais causas, devido ao alto número de pacientes afetados por essa condição.
Os sintomas mais comuns do glaucoma incluem escotomas no campo visual periférico. Alguns pacientes podem se beneficiar da utilização de medicamentos em forma de comprimidos ou injetáveis para diminuir a pressão intraocular. Esses medicamentos agem reduzindo a produção de humor aquoso ou aumentando o seu escoamento.
Outra opção é a terapia a laser, que pode ser realizada de diferentes maneiras, dependendo do tipo e gravidade do glaucoma. O tratamento a laser pode ser usado para abrir vias de drenagem do humor aquoso, melhorar o fluxo ou reduzir a produção do líquido. Alguns procedimentos a laser comumente realizados incluem a trabeculoplastia seletiva a laser, a iridotomia a laser e a ciclodiode laser.
Em casos mais graves ou quando outras formas de tratamento não são eficazes, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. A cirurgia de glaucoma tem como objetivo criar uma nova via de drenagem para o humor aquoso, aliviar a pressão intraocular e preservar a visão. Existem várias técnicas cirúrgicas disponíveis, como a trabeculectomia, o implante de válvula de drenagem, a esclerectomia profunda não penetrante, entre outras. O oftalmologista especialista em glaucoma irá determinar qual é a melhor abordagem cirúrgica para cada caso específico.
Além dos tratamentos convencionais, também estão sendo desenvolvidas abordagens inovadoras no campo do glaucoma. Uma área promissora é a terapia genética, que busca corrigir ou compensar defeitos genéticos que possam contribuir para o desenvolvimento do glaucoma. Pesquisas estão sendo realizadas para identificar genes específicos envolvidos no glaucoma e desenvolver terapias genéticas direcionadas.
Outra área de pesquisa é o uso de células-tronco no tratamento do glaucoma. As células-tronco têm a capacidade de se diferenciar em diferentes tipos de células, incluindo células do nervo óptico. Estudos estão sendo conduzidos para explorar o potencial das células-tronco na regeneração de tecidos danificados do nervo óptico e na melhoria da função visual em pacientes com glaucoma.
Além disso, avanços na tecnologia de dispositivos médicos também estão contribuindo para o tratamento do glaucoma. Novos implantes e dispositivos estão sendo desenvolvidos para melhorar o controle da pressão intraocular e facilitar o fluxo do humor aquoso. Esses dispositivos podem oferecer opções de tratamento menos invasivas e mais eficazes para os pacientes com glaucoma.
É importante destacar que, embora haja muitas opções de tratamento disponíveis, o glaucoma é uma condição crônica que requer cuidados contínuos e acompanhamento médico regular. O tratamento adequado, juntamente com a adesão às recomendações médicas, pode ajudar a retardar a progressão do glaucoma e preservar a visão a longo prazo. Portanto, é fundamental que os pacientes com glaucoma sigam as orientações do seu oftalmologista e realizem exames de acompanhamento regularmente.