Sorriso: Advogado é preso por cárcere privado, violência e apropriação de bens da própria sogra
Na última quarta-feira, 27 de março, um advogado de 33 anos foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Sorriso, após uma investigação conduzida pelo Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Crimes Sexuais. O advogado é suspeito de cárcere privado, administração excessiva de remédios, apropriação de bens e induzimento à assinatura de procurações contra sua sogra, uma mulher de 80 anos.
O caso é chocante, uma vez que o advogado é casado com o filho da vítima. Segundo as autoridades, ele foi autuado por cárcere privado qualificado, apropriação de bens de idoso, induzimento à outorga de procuração e violência psicológica.
As investigações tiveram início em janeiro deste ano, após uma denúncia anônima sobre a situação da idosa, proprietária de lojas na cidade, que estaria sendo mantida em cárcere privado e dopada com diversos medicamentos pelo genro. Testemunhas relataram casos de violação dos direitos da idosa, incluindo administração excessiva de remédios e manipulação financeira.
O flagrante ocorreu após um neto da vítima procurar a delegacia, relatando impedimentos para visitar a avó. Um vídeo mostrando o filho da idosa questionando a visita do neto foi apresentado à polícia, juntamente com documentos que evidenciavam a violência patrimonial sofrida pela vítima.
Durante a prisão em flagrante, foram apreendidos materiais e documentos, incluindo um talão de cheques em nome da vítima e um caderno de anotações com tentativas de falsificação de assinatura da idosa.
O advogado, por ser especialista em direito, articulou de forma documentada a apropriação do patrimônio da idosa, incluindo a administração de suas lojas e a obtenção de poderes amplos sobre seus negócios. Além disso, foram encontradas outras irregularidades, como o arrendamento de uma terra de propriedade da idosa.
Após a prisão, o advogado foi liberado mediante fiança de R$ 150 mil e determinação de afastamento da casa e das lojas da vítima. No entanto, as investigações continuam em andamento, pois há evidências de limitações de comunicação da idosa com pessoas que possam comprometer o esquema dos suspeitos.
A delegada titular da Delegacia de Sorriso, Jéssica de Assis, afirmou que os suspeitos representam perigo às testemunhas e pessoas que possam impedir a dilapidação patrimonial e garantir o isolamento da vítima. A delegada ressaltou ainda que foram feitas procurações e alterações contratuais à margem do consentimento efetivo da idosa, colocando em risco a integridade de seu patrimônio.
