Polícia Federal realiza operação contra a extração ilegal de ouro e trabalho escravo

Na última quinta-feira, 04 de abril, a Polícia Federal realizou a operação Carapaça em Altamira, no Pará, visando desmantelar um esquema criminoso envolvendo garimpo ilegal, usurpação de bens da União e trabalho em condições análogas à de escravo. A ação resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão, sendo dois em Itaituba–PA e um em Sinop–MT.
A operação contou com a participação de mais de vinte policiais federais e foi resultado de uma investigação meticulosa que vinha apurando os crimes cometidos na região. Os alvos identificados foram os responsáveis pela área de extração irregular conhecida como garimpo Jabuti, localizada na Reserva Extrativista Riozinho, em Altamira. Surpreendentemente, esses indivíduos levavam uma vida de luxo em um bairro nobre de Itaituba, utilizando os lucros provenientes das atividades ilegais.
Durante as diligências, foram apreendidos diversos itens que serão cruciais para a identificação de outros envolvidos no esquema e para entender o modus operandi das organizações criminosas por trás do garimpo. Entre os materiais confiscados estão notebooks, celulares e documentos que ajudarão a traçar um panorama mais claro das atividades ilícitas em questão.
O garimpo ilegal, além de suas consequências diretas na forma de desmatamento e alterações na fauna e flora locais, também gera danos ambientais irreversíveis. Um dos aspectos mais preocupantes é a contaminação da água com mercúrio, um metal extremamente nocivo à saúde humana.
O mercúrio é usado na separação do ouro nos garimpos ilegais e, quando descartado na água, contamina tanto os recursos hídricos quanto a fauna marinha. Comunidades ribeirinhas que dependem desses recursos naturais para sua subsistência enfrentam sérios problemas de saúde, muitas vezes levando à desnutrição e até mesmo à morte.