Polícia Civil de Mato Grosso investiga associação suspeita de facilitar acesso à internet para presos

Nesta quarta-feira, 31 de julho, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu mandados de busca e apreensão para investigar uma associação que supostamente facilita o acesso de reeducandos a serviços de internet. A investigação apura crimes de promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa.
As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (Nipo).
A investigação concentra-se na Associação Guerreiras da Fé, localizada no bairro Jardim Industriário. Composta por mães, esposas, irmãs, filhas e amigas de presos, a associação é conhecida por visitar reeducandos, especialmente aqueles ligados a uma facção criminosa prevalente no estado.
Em operações anteriores na Penitenciária Central do Estado (PCE), a GCCO apreendeu diversos celulares conectados a uma rede móvel externa, que permitia a comunicação dos presos com o ambiente externo. Esta conexão possibilitava que os detentos continuassem a emitir ordens para atividades criminosas.
Além disso, a mesma associação foi alvo de uma operação da Polícia Federal em 2021, que fechou uma rádio clandestina operada no local. Naquela ocasião, foram apreendidos vários equipamentos eletrônicos utilizados para o funcionamento da rádio. Apesar do fechamento, a investigação da GCCO revelou que a rádio continuou operando, sendo utilizada para transmitir “recados” aos presos na PCE.
A associação é conhecida como o grupo das ‘jumbeiras’. Além de visitar os detentos, a associação atende familiares de presos, principalmente aqueles ligados à facção criminosa. A líder da associação é bem conhecida nas unidades prisionais da capital.
“O trabalho investigativo apontou que a referida associação está intimamente ligada ao crime organizado, especialmente a uma determinada organização criminosa, com estrutura para atender as ordens da facção e apoiar seus familiares”, afirmou o delegado responsável pela investigação, Rafael Scatolon.
O cumprimento dos mandados de busca contou com o apoio do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros da capital.
Denuncie: 197/181.