Confirmação de caso de raiva bovina em Porto Estrela: Medidas e orientações
Na última quarta-feira, 04 de setembro, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) confirmou um caso de raiva bovina em uma propriedade rural localizada no município de Porto Estrela–MT. O diagnóstico foi realizado através de exames no laboratório do Indea em Cuiabá, após a morte de um bovino na semana passada, que apresentava sintomas compatíveis com a doença.
A raiva bovina é uma enfermidade grave transmitida pelo morcego hematófago, conhecido popularmente como morcego vampiro. O vírus é transmitido através da mordida do morcego infectado. A confirmação do caso levou os médicos veterinários do Indea a notificarem imediatamente a Secretaria de Saúde de Porto Estrela, além de todas as 83 propriedades situadas em um raio de dez quilômetros da área afetada.
De acordo com Eder da Silva Fonte, servidor do Indea, “o protocolo para esse tipo de caso é notificar os produtores onde está o foco e o perifoco a vacinar os bezerros e revacinar o gado.” A técnica laboratorial empregada para a detecção da raiva foi a imunofluorescência direta, que envolve a coleta de amostras do cérebro e cerebelo do animal afetado. Essas amostras são preparadas em lâminas e expostas a um reagente de imunofluorescência, permitindo a visualização do vírus após uma reação química. O resultado do exame é obtido em até 48 horas.
Alison Cericatto, responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva, revelou que o laboratório está implementando também a técnica de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para casos negativos na Imunofluorescência, que permite confirmar ou descartar a presença do vírus em um prazo similar de 48 horas, uma melhoria significativa em comparação ao método anterior, que poderia levar até 30 dias.
Com o caso recente, o número de confirmações de raiva bovina em Mato Grosso em 2024 chega a 14. A raiva dos herbívoros é uma doença fatal causada pelo vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, que afeta tanto mamíferos domésticos quanto silvestres e pode ser transmitida ao ser humano, configurando-se como uma zoonose. O morcego hematófago é o principal vetor, transmitindo o vírus através da saliva quando se alimenta do sangue dos animais.
Os médicos veterinários do Indea orientam que os produtores realizem inspeções diárias nos animais, preferencialmente pela manhã, para verificar possíveis mordeduras e sinais de raiva. Os principais sintomas a serem observados incluem apatia, isolamento do rebanho, agressividade, dificuldade de locomoção, opacidade da córnea, dificuldade para engolir líquidos, constipação e paralisia dos membros.
Caso haja suspeita de raiva em um animal, é crucial tomar as seguintes medidas: informar imediatamente o Indea do município, evitar a manipulação do animal suspeito e isolá-lo do restante do rebanho para prevenir a disseminação da doença.
Estas medidas são essenciais para controlar e minimizar a propagação da raiva bovina, garantindo a saúde e segurança do rebanho e das pessoas envolvidas na produção agropecuária.
