Governo anuncia não implementação do horário de verão em 2024
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira, 16 de outubro, que o governo federal não implementará o horário de verão em 2024. A decisão foi tomada após uma análise de novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que indicaram a desnecessidade da medida neste período.
Durante entrevista à imprensa, Silveira explicou: “Na última reunião com o ONS, chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este verão, pois temos a segurança energética assegurada.”
Embora o horário de verão não seja adotado neste ano, o ministro não descartou a possibilidade de revisitar a política no futuro. Ele destacou que, após o verão, o governo poderá avaliar a implementação do horário de verão para 2025, especialmente em contextos de crise energética. “A política voltou a ser considerada no Brasil e não está descartada para períodos posteriores”, afirmou Silveira.
A extinção do horário de verão ocorreu em 2019, sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A discussão sobre seu retorno ganhou força devido à seca e ao aumento da demanda energética, mas a pressão de setores como as companhias aéreas, que teriam que redesenhar sua malha de voos, e a chegada do período chuvoso acabaram por desestimular a implementação.
No interior do governo, a expectativa era de que o retorno do horário de verão só ocorreria se o ONS demonstrasse que seria estritamente necessário. Além disso, a avaliação era de que a mudança não seria feita antes do segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 de outubro.
O ministro Silveira havia defendido que a mudança poderia ser benéfica em um “momento realmente crítico” para a geração de energia, especialmente com o aumento do consumo nos horários de pico. Como forma de compensação pela não adoção do horário de verão, a pasta solicitou ao ONS estudos sobre alternativas que poderiam gerar uma economia estimada em R$ 400 milhões.
Desde 2019, o horário de verão não é adotado no Brasil, e a discussão sobre sua eficácia e necessidade permanece em pauta, com opiniões divergentes entre setores da indústria, turismo e comércio.