Ibama intensifica fiscalização e apreende máquinas e soja em Mato Grosso
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está realizando uma operação de fiscalização em áreas desmatadas ilegalmente no Norte de Mato Grosso. Desde fevereiro, a ação já resultou na apreensão de 27 máquinas agrícolas, 72 mil quilos de soja e no recolhimento de R$ 67 milhões em multas.
A fiscalização está ocorrendo em diversas propriedades de municípios como Cláudia, Ipiranga do Norte, Feliz Natal, União do Sul e Nova Ubiratã. Em Cláudia, os agentes flagraram o início da colheita de soja em uma fazenda embargada há quase 10 anos devido ao desmatamento ilegal. No local, seis colheitadeiras foram apreendidas.
Em Ipiranga do Norte, uma fazenda com 1,2 mil hectares de terras desmatadas sem a devida autorização continuava em operação, apesar de um embargo de 14 anos. Sete máquinas e 72 mil quilos de soja foram apreendidos na propriedade. Durante um sobrevoo em Feliz Natal, fiscais identificaram três áreas embargadas, uma das quais estava sendo arrendada para terceiros.
Objetivo da Operação e Fiscalização Intensificada.
Até o momento, o Ibama fiscalizou cerca de 12 mil hectares no Norte de Mato Grosso. Jair Schmitt, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, afirmou que o objetivo da operação é impedir o uso de terras desmatadas ilegalmente e promover a recuperação ambiental dessas áreas. “Quando você emite um termo de embargo, aquela área fica impedida de ser utilizada. A ideia é promover a recuperação ambiental daquele espaço desmatado ilegalmente”, destacou.
As infrações encontradas variam em gravidade, mas todas têm impacto ambiental significativo. Muitos produtores desmataram além do permitido ou desmataram sem autorização. Em algumas situações, os produtores poderiam ter solicitado a autorização para a supressão da vegetação, mas não o fizeram.
Impacto no Setor Produtivo e Reações de Agricultores.
Os grãos apreendidos serão destinados a programas sociais, enquanto as máquinas confiscadas serão encaminhadas à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esta operação é a primeira do Ibama voltada especificamente para a fiscalização de lavouras em áreas desmatadas ilegalmente. A escolha por Mato Grosso é devido aos elevados índices de desmatamento no estado, que, em 2024, teve 127 mil hectares destruídos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), — uma área maior que a cidade do Rio de Janeiro.
Agricultores, como Jadir Taffarel, que cultiva milho em Sinop, defendem a importância do cumprimento das leis ambientais. “Uma área ilegal, você não consegue vender a produção, não consegue financiamento. E têm muitos países que exigem que seja correto, eles fazem a rastreabilidade dos produtos para saber de onde veio”, afirmou.
Punibilidade das Empresas e Responsabilidade dos Financiadores.
O Ibama também alertou que empresas que compram soja ou outros produtos de áreas desmatadas ilegalmente podem ser punidas. Além dos produtores, empresas financiadoras de atividades irregulares podem enfrentar multas, embargos e suspensão de atividades.
Essa operação sublinha o esforço contínuo do Ibama na proteção do meio ambiente e no combate ao desmatamento ilegal, com foco na preservação da Amazônia e no cumprimento das legislações ambientais.
Fonte: Por Ianara Garcia, g1 MT e TV Centro América.
