🌍 Terra vive hoje (22) o dia mais curto do ano com giro acelerado: entenda o fenômeno

Nesta terça-feira, 22 de julho, a Terra completará sua rotação em torno do próprio eixo de forma mais rápida do que o habitual, fazendo com que o dia seja o mais curto do ano. A diferença é mínima, apenas 1,34 milissegundos a menos que as tradicionais 24 horas, mas suficiente para chamar a atenção da comunidade científica.
Segundo especialistas, o planeta leva, em média, 86.400 segundos (24 horas) para dar uma volta completa. No entanto, por razões ainda não totalmente compreendidas, essa duração varia ligeiramente. No início deste mês, no dia 9 de julho, a Terra já havia apresentado um giro mais rápido, mas o de hoje será ainda mais veloz.
📏 1,34 milissegundo: o que isso representa?
Apesar de parecer preocupante, a mudança é imperceptível para os humanos. Para comparação, um piscar de olhos leva cerca de 300 milissegundos, ou seja, o “tempo perdido” de hoje é centenas de vezes menor que isso.
🌀 Terra acelerada: um fenômeno cada vez mais comum.
Esse tipo de variação não é exatamente raro. Desde 2020, o planeta vem registrando dias cada vez mais curtos. Naquele ano, foram anotados 28 dias com rotações recordes, algo inédito desde a introdução dos relógios atômicos na década de 1960.
Em 29 de junho de 2022, foi batido o recorde atual: um dia 1,59 milissegundo mais curto que o padrão. Antes disso, o recorde era de 5 de julho de 2005, com 1,0516 milissegundos a menos.
🌐 Mas por que a Terra está “com pressa”?
De acordo com Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional, a Terra, de modo geral, desacelera ao longo das eras. “Bilhões de anos atrás, um dia durava cerca de cinco horas. Hoje, temos 24 horas. Mas essa desaceleração não é linear. Eventualmente, ocorrem pequenas acelerações momentâneas, como a que estamos vendo agora”, explica.
As causas prováveis envolvem uma combinação complexa de fatores:
- Movimentação do núcleo líquido da Terra.
- Atividade sísmica.
- Variações climáticas.
- Redistribuição das massas de água e gelo nos oceanos e polos.
⏱️ O relógio do planeta e o “segundo bissexto”
Essas mudanças milimétricas se acumulam ao longo do tempo e podem fazer com que os relógios atômicos fiquem ligeiramente fora de sincronia com o tempo real da rotação terrestre. Para ajustar essa diferença, os cientistas utilizam o chamado “segundo bissexto” desde 1973.
Esse segundo adicional pode ser positivo (adicionado quando a Terra se atrasa) ou negativo (removido quando ela se adianta demais). Desde então, 27 segundos bissextos já foram acrescentados.
Com o atual padrão de dias mais curtos, os especialistas cogitam a necessidade, em algum momento, de um segundo bissexto negativo, algo que nunca ocorreu até hoje.
🧪 Mistério científico sem ameaça real.
Apesar de ainda não se saber ao certo o que está por trás dessas variações, os cientistas são unânimes em afirmar que não há motivo para preocupação. O fenômeno é monitorado e compreendido dentro das margens naturais do comportamento planetário.
“Podemos ou não precisar ajustar os relógios no futuro. Tudo depende de se essa tendência de dias mais curtos vai continuar, e isso ainda é impossível prever com precisão”, afirma o pesquisador Jones, ligado ao IERS (Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra).
Fonte: Por Redação g1.