Cidades de Mato Grosso estão entre as maiores taxas de estupro do Brasil, aponta Anuário

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, com dados referentes ao ano de 2024, revelou um cenário alarmante em Mato Grosso: quatro cidades do estado figuram entre os 50 municípios com as maiores taxas de estupro e estupro de vulnerável do país. Sorriso e Tangará da Serra se destacam negativamente entre os dez primeiros colocados no ranking nacional.
Sorriso, no norte do estado, aparece em 2º lugar, com 131,9 casos por 100 mil habitantes. Embora tenha perdido a liderança ocupada no ano anterior, o município ainda registra números preocupantes. A cidade, conhecida como Capital Nacional do Agronegócio e maior produtora individual de soja do mundo, enfrenta um aumento persistente nos crimes sexuais.
Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, teve um salto expressivo: subiu da 45ª para a 7ª posição, com uma taxa de 99,5 estupros por 100 mil habitantes, representando um crescimento de 67,2% nos registros.
Outras duas cidades mato-grossenses também aparecem no ranking: Sinop, na 20ª colocação (81,5 por 100 mil habitantes), e Cuiabá, capital do estado, em 43º lugar, com taxa de 63,7.
Segundo o relatório, a violência sexual nesses municípios não pode ser explicada apenas por fatores típicos da região amazônica, como garimpo, crimes ambientais ou isolamento. A precariedade urbana é apontada como um dos principais fatores do aumento desses crimes.
O estado com maior número de cidades no ranking é o Paraná, com 12 municípios entre os 50 com maiores taxas.
As 10 cidades com maiores taxas de estupro no Brasil:
- Boa Vista (RR) – 132,7
- Sorriso (MT) – 131,9
- Ariquemes (RO) – 122,5
- Vilhena (RO) – 108,7
- Porto Velho (RO) – 108,6
- Rio Branco (AC) – 106,7
- Tangará da Serra (MT) – 99,5
- Santana (AP) – 92,9
- Barcarena (PA) – 92,5
- Dourados (MS) – 90,9
O levantamento reforça a urgência de políticas públicas eficazes de prevenção, proteção e atendimento às vítimas de violência sexual em todo o país, especialmente em áreas com crescimento acelerado e vulnerabilidade social.
Fonte: Por Arielly Barth, g1 MT.