Mato Grosso lidera taxa de feminicídios pelo segundo ano seguido, aponta Anuário de Segurança Pública

Mato Grosso registrou, pelo segundo ano consecutivo, a maior taxa proporcional de feminicídios do país em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quinta-feira, 24 de julho, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estado contabilizou 47 mortes de mulheres por motivação de gênero, o que representa 2,5 casos por 100 mil habitantes, o índice mais alto do Brasil.
Na sequência estão Mato Grosso do Sul (2,4), Piauí (2,3) e Roraima (2,0). Já os menores índices foram observados no Amapá (0,5), Sergipe (0,8) e Ceará (0,9).
No cenário nacional, o Brasil alcançou 1.492 feminicídios em 2024, maior número desde a promulgação da Lei do Feminicídio, em 2015. O total representa um aumento de 1% em relação a 2023, quando foram registrados 1.477 casos.
Casos seguidos de suicídio e impactos familiares.
Mato Grosso também lidera, junto com Santa Catarina e Piauí, os casos de feminicídio seguido de suicídio do agressor, com oito ocorrências desse tipo registradas no estado em 2024.
Apesar da gravidade, o número de vítimas que tinham medida protetiva caiu de oito, em 2023, para apenas um caso em 2024, o que, segundo autoridades, pode refletir avanço na efetividade das medidas ou subnotificação.
Esses crimes também geraram forte impacto social: 49 crianças e adolescentes ficaram órfãos em decorrência de feminicídios no estado em 2023.
Perfil das vítimas.
Segundo o Observatório Caliandra, do Ministério Público de Mato Grosso, a maioria das vítimas tinha entre 18 e 24 anos e entre 35 e 39 anos, e mais da metade dos crimes ocorreram dentro das casas das vítimas, foram 24 ocorrências em domicílio.
De janeiro até julho de 2025, 30 feminicídios já foram registrados no estado, mantendo o alerta das autoridades e da sociedade civil.
Governo diz que tem investido em prevenção.
Em nota, o Governo de Mato Grosso informou que tem intensificado ações de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, por meio de campanhas, redes de proteção, fortalecimento da Patrulha Maria da Penha e ampliação do acesso a medidas protetivas.
A 19ª edição do Anuário também incluiu dados sobre outros tipos de violência contra a mulher, como lesão corporal, ameaça, perseguição (stalking), violência psicológica e descumprimento de medida protetiva, este último incluído pela primeira vez no levantamento.
📞 Denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas anonimamente pelo Disque 180 ou 190.
Fonte: Por Arielly Barth, g1 MT.