Polícia Civil deflagra operação contra grupo suspeito de fraude milionária e bloqueia R$ 127 milhões

A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira, 1º de julho a operação Paper Ox, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso suspeito de fraudes envolvendo a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) e notas fiscais para movimentação irregular de gado. Ao todo, foram cumpridas 50 ordens judiciais e bloqueados R$ 127 milhões em bens dos investigados.
A operação ocorreu em oito cidades de Goiás, Catalão, Porangatu, Goiatuba, Luziânia, Anápolis, Jussara, Goianira e em Goiânia, além de ações em outros quatro estados: Tocantins (Palmas), Mato Grosso (Pontal do Araguaia), São Paulo (Cardoso) e no Distrito Federal (Brasília).
Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 19 medidas cautelares diversas da prisão e 25 mandados de busca e apreensão. A ação contou com apoio da Agrodefesa, que detectou inconsistências no uso do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago), alertando as autoridades.
Segundo as investigações, o grupo criminoso acessava indevidamente credenciais de produtores rurais para emitir GTAs falsas, o que facilitava sonegação fiscal, fraudes bancárias e movimentação de rebanhos sem origem comprovada.
Entre os bens bloqueados estão três fazendas, um imóvel urbano e diversos veículos. A Polícia Civil reforçou que esta é a segunda fase da operação, que segue em andamento. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Fonte: Por Tatiane Barbosa, g1 Goiás.
NOTA DA AGRODEFESA
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) informa que é parceira da Polícia Civil de Goiás na Operação Paper Ox, deflagrada nesta segunda-feira (1º), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), com o objetivo de combater fraudes na emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) e notas fiscais relativas à movimentação de bovinos.
Cabe destacar que as investigações que culminaram na operação policial tiveram início a partir da atuação do setor de inteligência e tecnologia da própria Agrodefesa, que identificou inconsistências no uso do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). A partir dessa apuração preliminar, a Agência encaminhou as informações à Secretaria da Economia do Estado de Goiás e à Polícia Civil, que instaurou a investigação e adotou as medidas legais cabíveis.
Durante a análise técnica, foi constatado que uma organização criminosa teve acesso indevido às credenciais de produtores rurais, utilizando-as para emitir GTAs fraudulentas. Essas guias eram utilizadas para acobertar operações irregulares, como sonegação fiscal, fraudes em empréstimos bancários e a documentação de rebanhos sem origem comprovada.
Ressaltamos que não houve quebra na segurança do sistema Sidago, mas sim falha no uso das credenciais por parte de alguns usuários que, por algum motivo, compartilharam suas senhas pessoais, o que contraria as boas práticas de segurança digital e os termos de uso do sistema.
A Agrodefesa reforça a importância de que as credenciais de acesso sejam utilizadas exclusivamente pelos seus titulares, sendo terminantemente proibido o compartilhamento de senhas. Recomendamos, ainda, o acesso preferencial por meio da conta gov.br e a troca periódica das senhas, como forma de garantir a integridade do sistema e a segurança das informações.
A Agência permanece à disposição das autoridades policiais e reafirma seu compromisso com a transparência, a integridade dos dados e a legalidade nas ações de defesa agropecuária em Goiás.