Operação Raspadinha do Crime: Polícia Civil desmantela esquema milionário de jogos ilegais ligado a facção em Mato Grosso

A Polícia Civil de Mato Grosso cumpre, na manhã desta terça-feira, 14 de outubro, 111 ordens judiciais na Operação Raspadinha do Crime, deflagrada para desarticular um esquema de exploração ilícita de jogos de azar promovido por uma facção criminosa que atuava em mais de 20 cidades do estado.
A ação é coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em conjunto com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO). As investigações revelaram uma estrutura criminosa complexa e milionária, que utilizava o jogo ilegal como fonte de financiamento da facção, dentro e fora dos presídios.
Ao todo, estão sendo cumpridos 21 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão, 11 ordens de bloqueio e 25 determinações de quebra de sigilo bancário e telemático, além do sequestro de valores que ultrapassam R$ 1,1 milhão, expedidos pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop.
Durante as diligências, também foi determinada a apreensão e o descarte de material de raspadinhas, incluindo centenas de bilhetes e banners de propaganda.
Estrutura criminosa.
A investigação começou após uma operação realizada em maio deste ano, que resultou na apreensão de documentos e materiais que indicavam a existência de um falso empreendimento de raspadinhas instantâneas. Em apenas seis meses, o grupo teria movimentado mais de R$ 3 milhões com o esquema.
Por trás da aparência de legalidade, os agentes descobriram uma organização com modelo empresarial, hierarquia definida e funções bem distribuídas. O jogo era usado como fachada para lavagem de dinheiro e para o financiamento de atividades criminosas da facção, que buscava novas fontes de arrecadação além do tráfico e da extorsão.
O grupo operava em três níveis:
- Núcleo estratégico, sediado em Cuiabá, responsável pelo comando e gestão financeira;
- Núcleo financeiro, que controlava contas bancárias de fachada e distribuía os valores;
- Núcleo operacional, formado por representantes em várias cidades, que distribuíam bilhetes, recolhiam o dinheiro e faziam a contabilidade das vendas.
Impacto e continuidade das investigações.
Segundo o delegado Antenor Pimentel, o grupo conseguiu transformar o que parecia uma empresa regular em uma máquina de lavagem de dinheiro.
“A operação representou um golpe direto no braço econômico da facção, desmantelando uma rede que unia tecnologia, manipulação social e engenharia financeira. A investigação continua, com foco na recuperação dos valores desviados e na identificação de ramificações interestaduais”, afirmou o delegado.
A Operação Raspadinha do Crime integra o planejamento estratégico da Polícia Civil dentro da Operação Inter Partes, que faz parte do programa Tolerância Zero do Governo de Mato Grosso, voltado ao combate sistemático às facções criminosas.
A ação também conta com o apoio da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim).
Os mandados são cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Aripuanã, Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Castanheira, Colíder, Colniza, Confresa, Guarantã do Norte, Juara, Juína, Juruena, Lucas do Rio Verde, Matupá, Novo Horizonte do Norte, Novo Mundo, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Poxoréu, Primavera do Leste, Rondonópolis, Santa Carmem, Santiago do Norte, São José do Rio Claro, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, Tapurah, Terra Nova do Norte e União do Sul.
Denuncie: 197/181.
Fonte: Assessoria | Polícia Civil-MT.