Facebook YouTube Instagram
Mais previsões: Tempo Lisboa

Violência no campo em Mato Grosso cresce mais de 500% e coloca o estado entre os mais perigosos do país, aponta CPT

Fonte: Redação O Portal 163/ Foto: Sema-MT
Violência no campo em Mato Grosso cresce mais de 500% e coloca o estado entre os mais perigosos do país, aponta CPT
Publicidade 12
Compartilhe!

Mato Grosso registrou aumento de 137,25% no número de ocorrências de conflitos no campo e 518,27% no número de pessoas envolvidas em 2024, em comparação com o ano anterior. Os dados são do Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2024, divulgado na última quinta-feira, 23 de outubro, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

O relatório revela um agravamento extremo da violência rural em todo o país, com Mato Grosso figurando entre os estados mais violentos em praticamente todas as categorias analisadas.

De acordo com a CPT, a violência aumentou em todas as regiões do estado, com destaque para o Nordeste (40%) e Norte (34,5%), além das regiões Sudeste e Sudoeste, que registraram crescimento de 150% nas ocorrências.

Os principais agressores apontados foram fazendeiros (60%), empresários (180%) e grileiros (150%), todos com participação crescente nos conflitos. As vítimas mais atingidas continuam sendo indígenas, assentados, sem-terra, quilombolas e posseiros, grupos que também apresentaram aumento expressivo na violência:

  • Indígenas: +200%
  • Assentados: +166,6%
  • Sem-terra: +83%
  • Quilombolas: +50%
  • Posseiros: +20%

Fatores alarmantes.

O estudo revela ainda uma escalada drástica em outros tipos de violência:

  • Incêndios em áreas de conflito aumentaram 3.004,6%, colocando Mato Grosso como o estado mais afetado do país, responsável por 25% dos casos nacionais;
  • Destruição de pertences cresceu 661,1%;
  • Desmatamento ilegal subiu 229,4%;
  • Ameaças de despejo aumentaram 223,7%;
  • Invasões de áreas tiveram alta de 200,3%.

A violência contra povos e comunidades tradicionais também teve crescimento desproporcional:

  • Contra quilombolas: +1.717,4%
  • Contra posseiros: +854%
  • Contra indígenas: +357,7%
  • Contra assentados: +69%
  • Contra sem-terra: +48,7%

Conflitos pela água e contaminação por agrotóxicos.

Os conflitos pela água também se intensificaram, com aumento de 87,5% nas ocorrências e 723,9% no número de famílias envolvidas. O relatório aponta ainda que 250 famílias foram intoxicadas por agrotóxicos em disputas por terra, o 6º maior número do país, representando um aumento geral de 108,3% nas contaminações.

Caderno de Conflitos no Campo, uma das principais publicações da CPT, destaca que em 2025 a entidade completa 50 anos de atuação ao lado de comunidades camponesas, indígenas, quilombolas e sem-terra, na defesa dos direitos humanos e da justiça social.

Fonte: Por g1 MT.

Publicidade 13

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *