Trabalhador é solto após passar dois meses preso por engano em Sinop; Justiça reconhece erro de identificação

Um agente de limpeza de 33 anos foi liberto no último sábado, 4 de outubro, em Sinop, após ficar dois meses preso preventivamente por engano, acusado de um roubo ocorrido em 2017, no município de Carlinda.
A Defensoria Pública de Mato Grosso comprovou que o homem preso não era o verdadeiro suspeito do crime, que envolveu o roubo de joias, celulares e perfumes. Segundo o órgão, o verdadeiro autor é pardo e de cabelo preto, enquanto o trabalhador é branco, calvo e tem sardas.
O juiz responsável pelo caso revogou a prisão preventiva e determinou uma investigação para apurar se o verdadeiro criminoso usou documento falso ou se houve confusão por homônimos. Também foi solicitado um exame de impressões digitais e um relatório policial para esclarecer as divergências de identidade.
Durante o depoimento, o trabalhador afirmou que nunca esteve em Carlinda e que vive em Sinop desde 2013. “Fiquei decepcionado, nervoso. Nunca tinha sido preso na minha vida. Na delegacia me trataram bem, mas no presídio me trataram como um ladrão”, relatou.
Sem família no estado e com poucos recursos, ele contou que divide aluguel com um amigo e teme perder o emprego após a prisão injusta. “Só quero provar minha inocência”, desabafou.
A Justiça ainda impôs medidas cautelares, como manter o endereço atualizado e comparecer sempre que for intimado.
O caso expõe falhas no processo de identificação criminal, já que o reconhecimento inicial foi feito apenas por uma foto em preto e branco durante a investigação de 2017. A Defensoria classificou a prisão como ilegal e uma grave violação à presunção de inocência.
Fonte: Por Rogério Júnior, g1 MT.